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quinta-feira, 28 de junho de 2007

Down no High Society

Saiu, no Globo Online de domingo, a notícia de que "um grupo de jovens" massacrou uma doméstica pensando que fosse uma prostituta. Bom, de filhos-da-puta aqui, só eles.

O que dizer, quando se lê uma nota dessas? O que fazer, diante da perplexidade de se ler uma nota dessas?

Nada. Absolutamente nada. Eu não posso fazer nada. Porque eles são um "grupo de jovens", não uma "quadrilha suburbana". Eles possuem um tipo de proteção que transcende todo e qualquer alcance repressor. Eles não podem ser reprimidos, coitados, porque tudo foi fruto de uma confusão.

Um momento, cara-pálida.

A confusão à qual me refiro é o fato de os "garotos" terem confundido a doméstica com uma prostituta. Ou seja, já estava no repertório pessoal deles que puta só serve para bater. Se é mulher e está na rua às 5 da manhã, é puta. Logo, pau nela. Sem trocadilhos, que o negócio é sério.

É concebível tal atitude? Concebível é, racional é que não é. Como diz o sábio ditado popular, educação vem de berço. E, por falar em berço, fiquei besta ao ler isso:

Folha de São Paulo (jornalão paulistano) - O sr. acredita na acusação contra seu filho? Ludovico Ramalho Bruno (pai de um dos rapazes acusados) - Eles não são bandidos. Tem que criar outras instâncias para puni-los. Queria dizer à sociedade que nós, pais, não temos culpa nisso. Eles cometeram erro? Cometeram. Mas não vai ser justo manter crianças que estão na faculdade, estão estudando, trabalham, presos. É desnecessário, vai marginalizar lá dentro. Foi uma coisa feia que eles fizeram? Foi. Não justifica o que fizeram. Mas prender, botar preso, juntar eles com outros bandidos... Essas pessoas que têm estudo, que têm caráter, junto com uns caras desses? Existem crimes piores. (...) Não é justo prender cinco jovens que estudam, que trabalham, que têm pai e mãe, e juntar com bandidos que a gente não sabe de onde vieram. Imagina o sofrimento desses garotos.

Tem mais aqui.

O que responder a um pai como esse? Tenho uma resposta na ponta da língua. O pai não ter culpa de ter criado um ser bestializado como esse? Como

Ma-ma-ma-ma-mas me diga uma coisa: inverta os papéis. Queria que o Ludovico se colocasse no lugar de vítima. E se a esposa dele fosse o alvo, que não está a salvo, de "marginais" oriundos da classe baixa? Estaria ele com esse discurso de merda pra cima da gente, dizendo que os agressores "não são bandidos"?

Não, bandidos eles não são. Chamá-los de bandidos é desonrar a classe - e trair o movimento, lógico.

E a mídia? Como que se coloca nessa situação? Prefiro resumir o que eu iria dizer a essa charge:

Como diria o ditado, é foda. Não da pra suportar esse tipo de coisa.

Obrigado, Psycho.

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