Páginas

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Álbum da Semana: Curtis Mayfield - Superfly

Alguém aí sabe o que é Blaxploitaition?

Segundo a Wikipedia,

Blaxploitation foi um movimento cinematográfico norte-americano no início da década de 1970. A palavra é um portmanteau de black e explotaition. Blaxplotaitaiton foram os primeiros filmes a usarem soul e funk em suas trilhas sonoras. Tinha como protagonistas atores negros e eram destinados especialmente para este tipo de público. Alguns dos principais artistas deste gênero foram Curtis Mayfield, Pam Grier, Isaac Hayes e James Brown.

Bom, e é exatamente da trilha sonora de um filme desse gênero que vou falar.

Superfly é um filme violento e polêmico que foi proibido pelo governo militar brasileiro, e estranhamente nunca foi exibido por aqui, sendo inédito ainda mesmo em vídeo. A trilha sonora de Curtis Mayfield é considerado seu melhor trabalho, ele produziu belas cancoes com influencia rítmica da música de James Brown juntamente com o sentimento melódico de Marvin Gaye. 

Quando fiquei sabendo da trilha desse filme, resolvi baixar. Isso foi sexta-feira. E essa seção do blog é para álbuns que já ouço há mais tempo, não para "novidades" como essa. Mas creio que essa é uma exceção muito bem justificada.

Baixem o disco e vocês vão entender o que quero dizer. É de cair os queixos e de emudecer os ouvidos.

ATENÇÃO: ESTE DISCO PODE CAUSAR VÍCIO IRREVERSÍVEL.

domingo, 27 de junho de 2010

É dia 27

Último domingo de junho em 2010, dia 27 chegou. E, com ele, a celebração de mais uma idade completada.

Muitos ficam me cobrando pela festa, pelas saídas aos butecos... Digamos que não sou de festa sempre. Gosto de celebrar, é diferente de comemorar.

Mas é nessa época, depois do Natal, que eu costumo ficar mais mal humorado. Não sei o porquê, deve haver alguma relação direta ou com a aproximação da data ou com a aproximação do frio. Gosto de frio mais que de calor, mas ele tem o defeito de deprimir as pessoas.

Celebrando, agradeço ao Deus que por nós zela (muito mais que qualquer Grande Irmão) por mais essa data. Trancos, barrancos e tropeços são sempre bem-vindos para dar uma aumentada na nossa atenção para conosco e com os outros. E pensar que no ano passado a barra tava é pesada... Mas passou, enfim.

Há dois anos, postava eu o "I have a dream" de Luther King. Almejo hoje coisas que não estão mais no nível do sonho. Está amorfo, entre realidade  estado alfa. É vontade de mudar, de dar guinadas, mas que não posso fazê-las pelo meu medo inerente do fracasso. Mas isso é letra para outra música.

Falando em música, não posso deixar de celebrar com algumas músicas que me são muito caras à vida. Uma delas, "Cotidiano", do Catedral.

Há exatos seis anos, quando completava 18, ganhava um CD acústico do Catedral. Era exatamente um domingo, e eu estava com amigos, participando da equipe de um retiro. Até hoje, escuto esse disco com o mesmo (ou quase mesmo) amor de quando o recebi em 2004. Mais especificamente por "Cotidiano", letra com a qual me identifico deveras.

Mais do que uma música, essa canção se tornou uma oração para mim. Nos momentos de devoção, procura e até mesmo raiva e angústia... ah... Ela dá aquela pequena pressão que te alivia. E que te dá vontade imensa de chorar.

"O meu desejo é intenso demais pra falar
Mas hoje eu grito e o que acredito eu vou levar"


E, claro, para celebrar, eu digo que não vou parar enquanto não conseguir o suficiente. MJ is alive!



A todos que, como eu e Guimarães Rosa, nascemos em 27 de junho, felicidades.

domingo, 13 de junho de 2010

Álbum da Semana: Miguel de Deus - Black Soul Brothers (1977)

Assim é a descrição de Miguel de Deus na internet, contando um pouco do seu histórico musical:


Miguel de Deus foi um dos músicos mais versáteis dos anos 70, e ao mesmo tempo menos conhecido do grande público. Miguel nasceu em Ilhéus, na Bahia. Já morando no Rio de Janeiro em meados de 1969, formou a banda “Os Brazões” que explorava as influências africanas na música e na maneira de vestir e dançar. A banda fazia uma mistura de rock e psicodelia com elementos da música brasileira e africana e chegou a acompanhar Gal Costa em uma de suas turnês no final dos anos 60. Em 1974, Miguel de Deus criou a banda “Assim Assado”, muito bem “inspirado” no grupo Secos e Molhados.

Em 1977, Miguel de Deus criou talvez o LP mais obscuro da black music setentista brasileira, o disco: “Black Soul Brothers”. Convidado pela gravadora Copacabana para registrá-lo, o disco é exercício glorioso do movimento black brasileiro. Ilustrado por um poderoso cabelo black power na capa, Miguel registrava naquele momento a sua verdadeira faceta, essa que esteve presente sempre em todas as fases musicais que desfrutou. Envolto no mais puro clima de festa, Miguel de Deus gravou Black Soul Brother exatamente como quem fazia parte da música pela festa, e não o contrário.


Bem... Minha experiência com esse cantor é algo muito digno para mim.

Essa descrição aí de cima veio do blog Black Broder, dos bróderes do Black Sonora - banda de BH que é uma das minhas favoritas no circuito local. Fiquei curioso ao ler o post acima. Baixo ou não baixo? Escuto ou não? Experiência sem volta.

Indubitavelmente, o álbum "Black Soul Brothers" foi o álbum do ano de 2009 para mim. Não de lançamentos, de novidades - nessa categoria entra o "Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos", do Otto. Mas eu falo desse em outra ocasião -, mas de descobertas. Adepto da banda larga somente em março de 2010, tive que baixar o disco em outro computador que não o de casa para poder saciar a minha curiosidade. E não me arrependo.

"Black Soul Brothers" é uma viagem sem volta. Assim como você não regride na evolução, eu me senti impulsionado a descobrir mais esse cabra. Baixei o "Os Brazões", no seu tropicalismo ao extremo. Agradei logo de cara, por ser uma coisa leve, tropical - faltava só o abacaxi do lado, num pratinho, coberto de açúcar, para servir de petisco enquanto se ouve o disco. Mas aí veio o "Assim Assado".

"Disco denso esse", pensei, quando coloquei no player para rodar. Não consegui gostar de cara. Era muito difícil a digestão - era como comer uma feijoada completa em um dia ensolarado na praia. Ou seja, não desceu de cara. Mas como todo prato pesado tem a sua época para comer, esperei um pouco e fui degustando aos poucos. "Assim Assado" foi o momento mais... Sem palavras de Miguel de Deus.

Donde cabe dizer que "Black Soul Brothers" é uma viagem sem volta porque:

1. o álbum é deliciosamente dançante: é um soul misturado com pitadas de psicodelia e arranjos instrumentais incríveis. "Cinco Anos", a 1ª faixa, resume-se a um parágrafo com quatro versos, mas é impossível você ligar para isso com um naipe de metais indecente como aquele e uma linha de baixo feroz - linha tal que me lembrou a igualmente foda "Amor", de Secos & Molhados;

2. Miguel de Deus é a virtuose em si. Quem considera que conhece tudo de música, favor considerar o Miguel porque ele é louco nas suas viagens musicais. Não há como você ser o mesmo depois de ouvi-lo. Estranho isso, mas é o que ocorreu comigo;

3. é uma grande referência para quem gosta de Soul. Porque é feito de um jeito igual no modo mesmo de se fazer Soul, mas diferente na prosódia, na acentuação rítmica. É mais inquietante que um James Brown ou um Jacksons Five, por exemplo;

4. por último e não menos importante, o cara é um completo obscuro! Não se conhece Miguel de Deus como deveria - não falo em torná-lo Deus, mas falo de um processo de resgate, como feito com o excelente Tim Maia Racional (além do "Uh! Uh! Uh!, que beleza" tem mais viagens nessa história). Um trabalho que seria gratificante aos amantes de música black e ao próprio Miguel de Deus, caso esteja vivo (o cara é tão obscuro e pouco famoso que eu nem mesmo sei se ele tá vivo ainda!).

Enfim, vale dar uma ouvida nessa fábrica de mistérios. Clique aqui para o sol entrar e pegar você desprevenido.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Assim caminha a nossa cidade

Não, eu não consigo me conformar. Podem falar o que quiser. Mas eu não me conformo. Vou contar uma história.

Acreditem se quiser, mas eu, com 23 anos de idade, nunca tinha saído de Minas Gerais. Nunca, pelo menos nesta encarnação. O mais longe de Belo Horizonte que já fui é Poços de Cadas, região sul, a 8 horas (ou mais) da capital. Fui por conta de um festival de corais, em novembro de 2005, em comemoração ao aniversário da cidade.

Por conta das minhas questões financeiras, nunca pude viajar como eu quis. Amigos meus visitavam o Hopi Hari, o Rio, Salvador. Eu me contentava com Ribeirão das Neves, Nova Lima e, quando mais distante, Lavras - minha segunda cidade. Quase fui a Trindade (RJ), próximo de Paraty, em 2007; mas não se concretizou a minha ida.

Mas comecei a juntar uma grana por conta dos meus trabalhos, bicos e afins. E botei na cabeça de fazer um passeio por mês. Seja perto, seja longe. Chega março de 2010 e eu fico sabendo da Virada Cultural de São Paulo. Botei na cabeça que viajaria e assim fiz. Arranjei um esquema de excursão cuja passagem - ida e volta - me custou a bagatela de R$ 80,00. (Obrigado, Melzim Corp.!) E dois dos meus amigos ainda ofereceram a sua humilde residência, em Pinheiros. E, claro, me explicaram como fazia para chegar. Avisando que eu ia descer na Praça da República, ele me disse o seguinte:

- Você vai até o Metrô República e pega o Linha Vermelha sentido Corinthians-Itaquera, e desce na Sé; na Sé, você faz baldeação: desce e vai pegar o Linha Azul, sentido Jabaquara, e desce na Paraíso; na Paraíso, você faz outra baldeação e pega o Linha Verde sentido Vila Madalena. Aí, você desce na Clínicas...

Clínicas era o "ponto final". Eu ainda tinha que descer 11 quarteirões da Teodoro Sampaio em seguida.

Eram 15 de maio quando desembarquei na República. E uma sensação diferente me invadiu - de não estar mais em Minas, de ter podido sair do estado, de ter conhecido algo além das montanhas alterosas. Não era meramente visual (a cidade é realmente cinza, frenética e poluída), mas chegava a ser espiritual.


Pois bem, eu e minha companhia de viagem descemos e resolvemos comer algo. Mas, antes, passamos na 25 de Março. O inferno na Terra, mesmo. Topamos com o Mercado Municipal e resolvemos bater um lanche. Nada muito caro, só um pastel e um refresco que custaram R$ 7,50. Só isso.

Abastecidos, subimos ao metrô São Bento, perto da 25, rumo a Pinheiros. E impressionado fiquei com a quantidade de gente que tem naquele transporte. Entramos - era já o trem da Linha Azul, e fomos direto a Paraíso. Ao que descemos nesta estação para baldear, piso a plataforma e o Linha Verde já aparece para mim. Cronometrado milimetricamente. "Caralho! Não deu nem pra descansar a mochila!" Eu e minha amiga ficamos bestas. Não só com a sincronia mas também com o pouco tempo entre as estações: se for 1 minuto é muito. Eu me sentia aquele cara do interior pela primeira vez na cidade grande. Beagá não é nada perto do que vi - o próprio centro de São Paulo é uma coisa desproporcional.

Quando fui a Sampa, me impressionei bastante com a Galeria do Rock, com a Paulista, com a Augusta, o Largo do Arouche, a Rego Barros, a Praça Roosevelt, o Largo de Santa Ifigênia, o Viaduto do Chá, o Vale do Anhangabaú, a própria República, a 25 de Março, o Mercado Municipal... Me impressionei com tudo isso, mas me choquei mesmo foi com o metrô.



Em BH, segundo o site do MetrôBH, 144 mil usuários/dia é a taxa de uso da única linha de metrô da cidade. Sendo que somente a capital tem por volta de 2.400.000 habitantes, o nosso trem atende a seis por cento de toda a cidade. Já em São Paulo... São 2,4 milhões (toda a BH) usando o metrô por dia. Estimando-se a população em 15 milhões, digamos que o metrô da maior cidade do Brasil e suas quatro (em breve cinco) linhas atende a... dezesseis por cento da cidade! (Isso sem contar os trens da Companhia Paulista de Trens Urbanos - a CPTM, que opera o que aqui chamamos "metrô".)

A comparação de números aqui só a faço para uma coisa: em BH, estamos caminhando em um perigoso círculo vicioso se uma medida drástica não for feita (leia-se expansão da linha 1 para o Aeroporto e para Betim e planejamento de pelo menos mais duas linhas subterrâneas - por que tem-se tanto medo de se fazer túnel aqui?). O metrô é, por enquanto, uma das melhores saídas para desafogar o tráfego urbano.

E como estamos hoje? Vamos lá.

O nosso transporte é dependente de ônibus, e quem os gerencia é a BHTrans. De três anos para cá, ela tem diminuído a quantidade de viagens dos coletivos urbanos (só dar uma olhada nos quadros de horários: o espaço entre as partidas tem aumentado). Sendo que a população é tendente a aumentar, aumentando-se o espaço entre as viagens aumenta-se a lotação. As pessoas andam cada vez mais desconfortáveis, e muitas delas têm que esperar o próximo no ponto de tão cheio que os coletivos passam. E esse descontentamento é que dá o start para o aumento de carros na cidade - já estamos na proporção de 1 carro para 2 habitantes, e pior: ninguém dá carona. Aumentam os carros, diminuem-se os ônibus, lotam-se os coletivos, engarrafa-se o trânsito... E assim vai, numa espiral que ocasionará o caos completo em 2014, se nada for feito. Precisa esperar muito não: ontem, do Santo Antônio até a Pampulha, via Pedro II/Catalão, num trajeto que demora 55 minutos, gastei 1 hora e 45 minutos. E não tinha acidente nem jogo no Mineirão: era trânsito mesmo...

Enfim... São Paulo é solução? Lógico que não. Mas claro que serve de inspiração. Acho que vou encomendar uns carvões de lá para alimentar nossa máquina a vapor Eldorado-Vilarinho.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Tristeza nas Gerais

Eu estou profundamente triste com o quadro eleitoral em Minas desde 2008. De lá para cá, tenho tentado acompanhar mais de perto essas questões, escrevendo no meu universo paralelo chamado Pedreira na Vidraça, blog compartilhado com mais três amigos. E eu tenho dois motivos para a tristeza; um deles é o atual prefeito, o outro é um provável governador. Respectivamente, Márcio Lacerda e Hélio Costa.

Me dá um tristeza de ver uma terra de gente tão decente ter que engolir goela abaixo essa gente imunda, suja e nefasta. Um é padrinho de Aécio Neves, outra figura duvidosa por aqui - uma das dúvidas é se ele é mineiro ou carioca. Outro é "cumpadre" das Organizações Globo, a Fox tupiniquim.

Me dá nojo. Eu, que já desejei a política como uma carreira para aumentar a minha área de abrangência do bem que pratico (pois tudo é vai-e-volta), quero ter mais distância disso tudo. Mas ao mesmo tempo quero estar perto por me sentir impotente e querer reverter essa situação. Síndrome de Poliana, eu sei.

E me dá mais repulsa ainda ver alguns colegas, pessoas que eu vi amadurecer na vida adolescente do Colégio, se envolverem de forma tão... mesquinha. Tão falsa. Tão aviltante. Tão... Tão anti aquilo que o Colégio prega. Mas cada um segue o seu destino, não é?

Político é, hoje em dia, um cafajeste enrustido. Se fosse abertamente cafajeste (como Severino Cavalcanti ou Paulo Salim Maluf), eu seria mais simpático. Prefiro a sinceridade do cafajeste ao sorriso falso do ladrão de bicicletas. Se for para ser ladrão, que não me roube pelas costas, mas que exerça a ladroagem sincera, honesta, à minha vista. Prefiro isso a ter que aturar discursos pré-fabricados de "Minas Avança". Sério, Aécio, vai conhecer o metrô de Sampa antes de falar tal asneira.

"Sou pobre, porém honrado." (Seu Madruga)

Um dia, quiçá, isso tudo vai mudar.


Música da vez: de Noel Rosa, "Onde está a honestidade?".

domingo, 6 de junho de 2010

Álbum da Semana: Trio Mocotó - Trio Mocotó (1975)

Um dos motivos de eu ter retornado a escrever foi o conforto de falar das coisas de que gosto: política, música, filmes, livros, de mim mesmo. Enfim, para inaugurar o comentário 2010 sobre músicas/álbuns que escutei, vamos começar com o Trio Mocotó.



Trio Mocotó é uma banda de samba-rock, ritmo brasileiro.

O Trio Mocotó foi formado em 1968 na Boate Jogral, onde Fritz "Escovão", João "Parahyba" e Nereu Gargalo trabalhavam. Na época, a boate paulistana era o grande ponto de encontro da música brasileira e os três contratados da casa acompanhavam diariamente nomes como Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho, Cartola, Paulo Vanzolini, Manezinho da Flauta, além das históricas "canjas" com artistas brasileiros e outros ilustres visitantes como Duke Ellington, Oscar Peterson, Earl Hines.

Uma dessas canjas começou a se tornar frequente: Jorge Ben no violão, Fritz na cuíca, Nereu no pandeiro e Joãozinho com sua mistura de timba e bateria. Nessa época Jorge Ben estava morando em São Paulo e estava sem gravadora. A batida que nasceu desse encontro se transformou em marca registrada e levou Jorge Ben e o trio definitivamente ao estrelato. E foi essa batida que deu origem ao samba-rock. No próprio Jogral, Jorge e o trio assinaram com a Philips para a gravação de seu novo disco. O trio acompanhou Jorge em praticamente todas as faixas incluindo Que Pena, Domingas, Take It Easy My Brother Charles e País Tropical.


Eu conheci o Trio Mocotó por meio de um vinil de coletânea de samba que tem aqui em casa, chamado Samba Sambão, de 1975. Nesse disco, há algumas faixas desconhecidas - mas que adoro, como "Quando o Surdo Faz Bum", de Beto Scala, "O Patrão Mandou", de Paulinho Soares, e por aí vai. Nesse vinil, a música que representava o Trio Mocotó era "Xuxu Melão". Hoje, eu tenho certeza de que, do álbum citado, "Xuxu Melão" é uma das piores faixas do disco. Sendo que a música ainda é excelente.

O disco começa com "Não Adianta". Um samba meio dor de cotovelo cantado em coro, uma coisa meio esquisita para mim. Cantar samba em coro? E detalhe: começa com uma espécie de piano... Mas acabou que gostei do que ouvi. Achei bacana, interessante, diferente - ainda mais por serem paulistas fazendo samba, coisa diferente de se ver.

O disco segue, com várias faixas animadas como "O Meu Violão", "Toda Tarde", "Sossega Malandro" e outras. Todas muito bem trabalhadas e construídas para o samba. E eu que pensava que o Trio fosse algo menos... Menos elaborado. Não, dependendo da faixa rola até violino. Creia.

No geral, um álbum bacana a ser baixado e ouvido. Trio Mocotó é uma banda que, pelo menos para mim, tem importância na música brasileira. Gostei pra caramba - tá, tem algumas coisas com as quais me decepcionei, como a duração das músicas (que, dependendo, é maior que o necessário) e com a quantidade de repetições por causa dessa duração das músicas ("Não adianta" ficaria bem melhor em 2 minutos e meio. Mas tudio bem.).

Mais info no myspace dos caras.