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terça-feira, 27 de novembro de 2007

Revertério

Crianças e Crianços,

no dia 1º de dezembro, sábado, o Centro Cultural da UFMG vai abrir as suas portas para Miguel Arcanjo Prado apresentar o show Revertério – Retrato no Palco. O espetáculo começará às 20h, e a entrada é gratuita.

Criado em 2004 por Miguel, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG, Revertério já homenageou a história da MPB e o rock dos anos 80. Agora, música, dança e teatro contam em três atos a dor de quem perde um grande amor. No repertório, músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Zeca Baleiro, João Eduardo Faria Neto e Cazuza, entre outros. O roteiro é assinado pelo estudante de filosofia da UFMG, Guilherme de Araújo Gontijo.


Miguel é acompanhado por banda formada pelos músicos Maurício Silva Júnior (piano), João Paulo Prazeres (conheço esse cara; é ex-estudante de Comunicação. Não sei se já formou ou se largou pra Música, mas ele é um bom saxofonista), Luiz Gabriel Lopes (violão), Joimar Santos (violão) e Ricardo Cavalcanti (percussão). O espetáculo ainda tem os bailarinos Joana Wanner, Raul Corrêa e Tomaz Yanomani; e os atores Matheus Araújo e Guilherme Gontijo. O show é produzido e dirigido por Miguel Arcanjo Prado.

O evento acontecerá no auditório do Centro Cultural UFMG - Av. Santos Dumont, 174, Centro, Belo Horizonte. Mais informações pelo telefone (31) 3409-1095.

Para quem diz que BH não tem nada para fazer no fim de semana...

Pílulas do Tutty

Elas por elas
O paulistano está rindo à toa: A Globo ameaça mandar Ana Maria Braga para o Rio em 2008. Caso se confirme, o carioca planeja fazer uma vaquinha para financiar temporada de Rosinha Garotinho nos Jardins.

A fraude que faltava
A polícia de São Paulo está enrolando a apuração para não alarmar a população quanto a um possível risco de epidemia de fraudes. Mas já se sabe que o vampiro de Presidente Prudente é uma farsa tão evidente quanto as adulterações do leite longa vida, do exame anti-doping, do anticoncepcional e da foto do Mário de Andrade.

Lições de anatomia


José Serra aproveitou a convenção do PSDB para perguntar a Aécio Neves qual o segredo dele com as misses. Sabe Deus o que o governador de Minas disse ao colega de São Paulo para deixá-lo tão animado na foto de Dida Sampaio/AE. Serra não sorria desse jeito desde a derrota de Alckmin nas urnas.

Tropa de elite
Cláudio Lembo, MV Bill, Delfim Netto e Boni estarão juntos conselho curador da nova TV Pública. A oposição já fala em formação de quadrilha. Essa gente só pensa nisso, né não? Ô, raça!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O sapo otimista e o escorpião militante

Depois de tempos sem postar, eis que volto, com uma pequena fábula.

Era uma vez um sapo otimista e um escorpião militante. Ambos estavam à margem de um rio. O escorpião queria atravessá-lo. Por isso, fez uma proposta ao sapo:

- Me leva nas suas costas que eu prometo não ferroá-lo, muito menos incomodá-lo com minhas impressões sobre a exploração do proletariado pelo capital internacional.

O sapo otimista pensou:

- Puxa, que legal! Agora podemos todos nos unir em torno de um objetivo comum e prosperar juntos!

O sapo convidou o escorpião a subir nas suas costas. No meio da travessia, o escorpião sacou uma edição de O Capital e passou a lê-la em voz alta. O sapo reclamou:

- Pô, qualé, escorpião? E a promessa?

E o escorpião respondeu:

- Existem hábitos que a gente não perde. E a turma do meu grêmio estudantil acha Karl Marx o máximo!

O sapo não agüentou e morreu de tédio, levando o escorpião ao fundo do rio junto com ele.

MORAL DA HISTÓRIA: Quem não lê Marx não come ninguém no grêmio estudantil.
MORAL DA HISTÓRIA 2: Sapo, da próxima vez seja mais neo-liberal e diga: "Escorpião, quero mais que você se foda!"

Nota do blogueiro: Usurpado, com todos os devidos créditos, do Walter Carrilho. Fiquei demasiado contente pelo link - aproveitei e me apossei da Fábula do Millôr.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Dia de quê, mesmo?

Vinte de novembro, uma data que era para ser celebrada com pompa, com circunstância, com tudo a que o preto tem direito. E a pergunta é: tem algo para se comemorar?
Os negros são a maior fatia das favelas brasileiras. São os mais retaliados quanto à questão sócio-econômica. Opção de escolha? Exercício de auto-piedade? Não, conseqüências, decorrentes de um ato, ou de vários atos, praticados na época da nossa colonização. E após esta. A Princesa Isabel, em treze de maio de 1888, veio "garantir a liberdade" aos "povos" "negros" do "país".

Simplesmente, alforria: agora, o negro libertara-se dos grilhões, dos ferros que o aprisionavam.
Sim, o negro se tornou livre. Mas para quê? Não se fez uma política de "absorção" do afro-descendente na sociedade urbana/rural do Brasil. Ao negro, esqueceram de dar algo que vejo como fundamental: a dignidade. O grilhão, o ferro, apenas mudou de nome. Passou a se chamar "racismo".

Sem dignidade, o negro não consegue se impor socialmente. Isso é um fato que se pode considerar para a frase: "são poucos os negros que atingem um alto status na sociedade". E isso ocorre não porque o negro é burro, ignorante de sua existência ou inapto para as funções que são delegadas a ele. Exceto os jogadores de futebol (na sua maioria negros, mulatos ou pardos), é impressionante como a presença do homem preto diminui à medida que se ascende na pirâmide social. E tudo são reflexos da política segregacionista do colonizador europeu, que se usou do negro como mão-de-obra bruta, sem lhe valorizar o social, sua cultura, sem dar merecimento às suas raízes.

Ainda que não sejam explícitas, a discriminação ao elemento preto ainda é recorrente. Somente não enxergam isso aqueles pretos Pai Tomás, adeptos de uma visão deturpada da realidade, na qual "tudo são flores" e não existe "racismo". Estamos agregados, mesmo que inconscientemente, de valores discriminatórios dos colonizadores: é a repugnância direta ou indireta a um preto que se senta do seu lado no ônibus; é o estereótipo de que preto no jornal aparece somente na editoria de polícia, entre outros. Até a religião mostrou-se adepta de um certo apartheid: o próprio Cristianismo que nos foi deixado tem marcas "racistas" subliminares. É o maniqueísmo do claro/escuro. Pode ser um delírio, mas observe: tudo, na Bíblia que chegou aos nossos tempos, tem isso embutido. O claro, o limpo, o iluminado. O escuro, as trevas, o sujo. E, apesar de ter-se originado em um local cujas pessoas possuem peles mais escuras – o Oriente Médio –, o Cristianismo tornou-se uma religião do "homem branco", uma via de ganhar superioridade.

Enfim, veio o 20 de novembro. Dia de quê, mesmo? Da Consciência Negra. Um dia necessário não para que o negro se torne cônscio de si, porque já é, mas que serve – ou pelo menos se deseja que sirva – para que todos nós, independentemente da cor da pele, possamos ver o negro como identidade e um elemento da sociedade. Afinal de contas, reconheçamos: preto é só uma cor... Que a representatividade da data supere o seu simbolismo, e que possa agir nas entranhas da sociedade.

Isso, a partir do momento que deixarmos de conivência e comodismo com a nossa reles situação. E também quando deixarmos de achar que tudo que acontece com a gente é por puro racismo. Afinal de contas, ficar dando de vítima não resolve de nada a situação.


Engraçado que todo dia 20 de novembro eu publico esse texto. Com algumas modificações, mas ele é mesmo em si sem mudanças radicais. Mas mais do que uma data de festa, que tal parar para pensar e deixar de ficar taxando todo mundo de RACISTA??? Bom é acusar, difícil é achar solução - deixamos que achem pela gente. Enquanto isso, tenho que ouvir brados estridentes de RACISTA! e de "conivente com os brancos da Universidade [UFMG]". Com tempo, eu explico.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Uma crise para burguês crer

Depois que o avião da GOL caiu na fechada mata amazônica em setembro do ano passado, falar de avião virou modinha na televisão. E já está virando um inferno.

Ok, Ok. Estudando as Teorias do Jornalismo, eu bem sei que, quando acontece um fato estupendamente grande, como esse fatídico acidente, a mídia toda fica falando só de avião caindo. Eu gosto de chamar isso de efeito ímã: um acontecimento puxa vários outros semelhantes ao mesmo tempo, e você tem a impressão de que andar de avião é uma coisa temerosa. A bem da verdade, não precisa ser jornalista (ou estudante de) para saber que isso acontece. É fato. Mas, do jeito que a coisa está, fica insuportável assistir a um Bonner todo dia de luto. (Quiçá poderia ele imitar o Clodovil de novo, só que dessa vez ao vivo, e dizendo: CANSEI!)

Ah, sim, claro. Isso é para fazer com que a classe média creia que há uma desordem geral na configuração aérea do país. Que tá tudo uma puta zona (não zona de puta). Classe média tem condições de pegar avião. Só anda de busão quem é ralé, ora bolas. Apenas recentemente é que pessoas de menor poder aquisitivo podem, de vez em quando, pegar uma classe econômica e ver a praia, graças à GOL – justamente a empresa do avião então acidentado.

A Rede Globo ficou “em polvorosa” quando o avião caiu. O Brasil ficou, por supuesto. Os cabelos ficaram em pé, foi um acidente cabuloso. E a parte recaldada da classe média berrou: é um apagão aéreo. Diz o ditado que “o que vem do alto nos atinge”. Isso é verdade: um avião caindo realmente causa um puta estardalhaço. Mas eu penso: se se causa tal alarde por causa dos aviões, onde que entram as famigeradas estradas brasileiras nesse contexto? Se avião mata, estrada também não? O apagão é crise para a classe média ver? Bom, um dos argumentos utilizados é o de que avião mata mais em menos tempo. Caiu, “cabou”. E se a gente comparar a quantidade de mortos nas estradas e no ar? Se não for o mesmo, há a tendência de o número de mortos em estradas ser até maior. Só que não mata de uma vez – e geralmente quem morre nas estradas não é aquele empresário que foi passar férias em Búzios, mas a mãe de família que lutou o ano todo para pagar a passagem da capital do interior para ver os parentes. E ela não é classe média.

Encheu o saco! Depois do acidente da TAM e do jatinho que caiu domingo passado em Sampa, não tenho mais sossego. Um avião escorregou num quiabo que estava na pista e lá vai Bonner reclamar de más condições dos aeroportos. Não que nossa malha aeroviária seja uma Brastemp. É importante fazer esse tipo de cobrança, mas desde que seja de forma moderada. E outra: cobra-se muito pelos aviões, por que não cobrar pelos ônibus? Para agüentar a Sinfonia do Pessimismo, não há dó menor nem ré-médio que funcione.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Pílulas do Tutty

(Pelo menos isso eu tenho que manter em dia. Afinal, isso é remédio...)

Aviação entra na era do cavalo-de-pau
Persiste o mistério sobre os motivos que levaram piloto de Airbus da TAM a dar um cavalo-de-pau na aeronave que ia de Palmas para Brasília na segunda-feira. Tudo nessa história é muito estranho, a começar pela rota do vôo. Palmas para Brasília, francamente...

Amar é...
Apagão em Belo Horizonte – a região metropolitana passou 15 horas sem energia – pode ter a ver com estado de espírito de Aécio Neves. O governador está inconsolável com a resistência de sua miss.

Novo campeão de audiência
Chega em breve às calçadas das principais capitais brasileiras o DVD pirata dos primeiros despachos de Renan Calheiros nesta sua volta ao Senado. Dizem que o papo com Wellington Salgado é de rolar de rir.

Uma coisa não é outra coisa
O mercado está nervoso à toa! Até prova em contrário, a renúncia do presidente do Citigroup não tem nada a ver com a crise no Corinthians.

Não fui eu, juro!
Está sentindo um cheirinho novo no ar? Diz a propaganda que é a Varig. A oposição insiste que é o Lula. Ô, raça!

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Analysis Futaebolisticae

A copa do mundo é "nooooossa!", como diria a propaganda da Sky. Espantosamente, não sei como o Brasil conseguiu vencer a eleição para sediar a Copa de 2014. Eram tantos concorrentes que eu só enxergava o Brasil como único candidato, né não? Já até rola, pelo Orkut, uma comunidade que apóia a copa de 2014 em terras brasileñas, chamada "Copa 2014 Alugo minha casa".

E por falar em alugar, um sábio comentário de Tutty Vasques:
"A pretexto da confirmação da Copa de 2014 no Brasil, os pessimistas de plantão saíram a campo de novo.
Tem gente da oposição – ô, raça! – apostando que vai dar Uruguai na final do Maracanã."

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Diriam os Mamonas que "no mundo animal 'izeste' muita putaria". Pois bem, vejamos como ficou a última rodada do Brasileirão:

Quem ficou com o caneco foram os Bambis. Nada de novidade, isso já era jogo contado há umas 10 rodadas atrás. Isso porque a Raposa tropeçou e não conseguiu "empurrá as bicha" pro segundo lugar. Do outro lado da tabela, Gaviões estão preocupados com o rebaixamento. Principalmente depois da naba que levaram dos Urubus carniceiros, que já estão sobrevoando a carcaça dos Gambás e prometem tirar Raposa e Porco da Libertadores. Urubu latino-americano? Eu, hein...

Com o Galo, a situação não é diferente, já que o time foi atravessado com o bico da Gralha Azul. Bicou, esporou, mas nada adiantou. Mas é aquele negócio, esse time é igual mulher de malandro: adora apanhar pra saber viver. Repito: parece que não houve uma comoção geral nesse lado da Lagoa de que a segundona pode vir no Centenário Galístico.O Campeonato está quase no fim, mas pouca coisa falta para ser definido, como quem vai pra Libertadores e quem fica com a Sulamericana. Enquanto isso, vou ali pegar um DVD ali e estourar umas pipocas pra tomar com Guaraná. Em vez de torcer pelo Cruzeiro, era melhor ter ido ver o filme do Pelé...