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terça-feira, 11 de março de 2008

Fazer nada. NA-DA!

Gostei tanto deste artigo que ele vai na íntegra. Um bom recado para os estressados de plantão, que se matam de fazer trocentas mil coisas.


Para fazer nada

Não é de estranhar que um sincero “Ahn?” seja a primeira reação de quem ouve falar em um grupo que está conquistando cada vez mais sócios pelo Brasil: o Clube de Nadismo. Isso mesmo: um grupo de pessoas cuja filosofia é... fazer nada de vez em quando. O fundador, o designer Marcelo Bohrer, 32 anos, de Porto Alegre, explica: “Fazer nada às vezes é fundamental para uma boa qualidade de vida. E isso é difícil, porque as pessoas se sentem culpadas, acham que estão desperdiçando tempo.” Ele teve a idéia após um (exaustão provocada pelo stress), em 2003, que o fez repensar seu até então frenético ritmo de vida. E garante que hoje vive melhor, após criar este clube cujo nome, reconhece, causa estranheza. “No início as pessoas acham engraçado, mas depois entendem a proposta”, conta.

Os encontros do clube acontecem uma vez por mês em parques ou praças da capital gaúcha. No local há sempre um grande cubo branco, que simboliza o vazio. São 45 minutos de absoluta inatividade. Não há muitas regras. A pessoa pode ficar sentada ou deitada. Só não vale dormir. “A orientação é que todos fiquem de olhos abertos. Dormir não é fazer nada. É uma necessidade”, explica Bohrer.

Miranda diz que se pode praticar em casa mesmo. Duas vezes por dia, ele desliga os celulares, tira o telefone do gancho e, sentado na sala, “faz nada” por dez minutos. Sua mulher ainda não se acostumou com a nova filosofia. “Quando falei sobre o grupo, ela me chamou de maluco, achou ridículo. Queria saber o que eu ganharia com aquilo. Ganhei qualidade de vida. Você aprende a buscar suas necessidades de uma forma menos louca”, resume ele.

Fazer nada, segundo Bohrer, é a radicalização de movimentos como o Slow – que, basicamente, prega a valorização do tempo. Vive melhor quem vive mais devagar. O que não é lá uma novidade para o cantor Martinho da Vila. , ele chegou aos 70 anos esbanjando disposição. “É uma filosofia de vida. Quem anda devagar chega. E chega descansado”, brinca ele, que nem por isso trabalha menos. “Trabalho muito, mas não abro mão do meu tempo à toa. já faço faz tempo”, ri. Segundo o psicólogo Esdras Vasconcellos, professor da USP, fazer nada é saudável: “Quando esvazia a mente, você entra numa freqüência psicofísica muito baixa, e isso faz bem.”

Fonte: Isto É

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