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quarta-feira, 23 de maio de 2007

Já deu, né?

Depois de tanto furor causado por causa do Bandejão, já dá pra fazer um balanço. E é o que serei aqui: equilibrado. Não quero puxar sardinha para minha lata, muito menos para a latinha dos outros. Era para eu ter escrito isso há umas duas semanas – mas o bom é que, aproveitando que as movimentações cessaram, uma análise agora sai menos tendenciosa.

O que eu vi no “Movimento Bandejão” – e que eu posso, agora calmo, concluir – é o seguinte. Pode ser uma redundância? Lógico que pode. A repercussão continua em algumas comunidades orkutianas e na Desciclopédia (digite UFMG). É bom que se esclareça algumas coisas, continuando o assunto levantado na sinuca, um dia desses.

Nesses meus dois anos de curso, eu nunca vi um DCE tão frouxo e apático quanto este. Um Diretório que não se manifestou na questão do Bandejão e que parece querer se ausentar do debate. Aí, meus caros, surge a máxima: a ocasião faz o ladrão. Se continuarem nessa apatia, darão margem para serem chamados (como já vem acontecendo) de Mensaleiros da Reitoria. Se o DCE continuar nessa de “abertos ao diálogo” mas não fizer nada para tal, vai deixar que o Coletivo Ousadia o subjugue.

Por outro lado, Alice, o Coletivo Ousadia não é lá uma maravilha. Só o fato de estar de certa forma associado ao PSTU (o Partido dos Comunistas Caricatos), já dá pra ver o nível da coisa. Dá pra ver que esse povo deseja apenas a baderna política e a desobediência civil. Gandhi deve estar se revirando no túmulo por eu ter dito isso. Mas aí vem a argumentação: se não dá pulão, não tem legitimação. O pulão, vai saber, deve ter sido fruto da apatia do DCE. Conseqüência: bandejão fechado. E me parece que era isso que o Coletivo quria, que se fechasse para que eles gritassem “tá vendo com a REItoria é autoritária?”, ou então “a Heloísa não quer conversar”.

(Parêntesis: não dou mérito nenhum ao fato de a REItoria ter-se fechado. Ela ainda está com as portas estreitas, o que acho uma idiotice sem tamanho da Heloísa.)

Ambos são movimentos fadados ao descrédito dos estudantes. Ambos. Por um pequeníssimo detalhe: uma dis-putinha política; o Ousadia, agora oposição, quer ficar novamente à direita da REItoria. Quer se lavar de sangue vermelho para dizer: “Nós voltamos ao DCE porque nós somos movimento estudantil!”. E o Mutirão só o é no nome, pois a cada dia que passa vai ficando cada vez mais desacreditado e desconhecido, já que ninguém o vê atuando. Minto, vê sim: quando solta aquele jornalzinho, o Gol a Gol, tão colorido que cansa a vista; e quando é tempo de renovar carteirinha.

Dentre esse dois, meus caros, não há saída. Um possível diálogo entre ambas as facções é deveras impossível de acontecer por causa dessa rivalidade. Eles não são capazes nem de sentar, esquecer as diferenças e conversar sobre os pontos comuns. Por falar nisso, o que ficou decidido do Bandejão? (Apenas uma observação: se o Bandejão dá prejuízo, segundo alguns, por outro lado a FUMP tem o seu lucro felomenal – que, diga-se de passagem, não deveria ter lucro porque é uma Fundação, xuxu.)

Ainda que eu seja de esquerda, assumidamente, não vejo solução nessa suposta Esquerda Estudantil. Se continuar assim, os movimentos vão se auto-estagnar; ficará o DCE como a caricatura da Reitoria – e o Ousada como caricatura da moda Che.

Um comentário:

Cind Canuto disse...

posicionar sem perder o controle, certo? dessa vez vc conseguiu...
concordo em total
beijos e fim de papo