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sexta-feira, 4 de maio de 2007

Com a palavra, o Ministro (o day after)

Como eu tinha noticiado há uma semana, o ministro das comunicações, o ex-jornalista-global Hélio Costa esteve presente ontem ao evento que o Sindicato dos Jornalistas promove toda 1ª terça do mês (excepcionalmente, foi na 1ª quinta por causa do feriado).



Como sempre, enfático nas suas convicções, Hélio defendeu a ferro e fogo o modelo "nosso" da TV Digital. Parece uma salada mista: áudio americano, vídeo europeu e modulação japonesa. No caso, a modulação é o que mais contaria, por causa da portabilidade e etc.

O ponto da discórdia era o que o acordo Brasil-Japão trara de bom para nós. Resposta: uma fábrica de semicondutores. Oh, Vale do Sapucaí desmerecido!

O ministro ainda disse mais. Declarou ele que o novo modelo de televisão digital vai democratizar a comunicação: hoje, o que é um canal vai se transformar, com a digitalização, em quatro*.

Ainda disse mais, no que tange a essa democratização. Tudo bem que eu grito TRUCO!, mas ele mesmo disse (e isso tá gravado) que a assinatura do telefone vai cair de R$ 40,00 para R$ 12,00; que a internet será oferecida pelas teles ao preço módico de R$ 7,00; e que haverá, como há em Tiradentes, internet banda larga wireless (sem fio). Pede seis, ladrão!

O ministro, lógico, defendendo sua cabeça, afirmou e reafirmou a benesse que vai ser a TV digital. Mas há que se ressaltar uma coisa: que isso foi pouco discutido, foi; poucos canais foram abertos para essa discussão em massa. Ainda que a massa não seja capaz de interpretar totalmente as maravilhas, Alice, da revolução digital na TV, será que custava uma palavrinha ao povo para falar: ó, a TV digtal é isso, escolhemos tal modelo por causa disso...?

E afirmou o ministro: o Ministério das Comunicações não se responsabilizará pelo conteúdo dos canais. O que pode implicar duas coisas: ou a programação vai continuar uma merda (já que há o risco, ao meu ver, de não se hablitar um controle para tal), ou as empresas que têm canais na rede a cabo (leia-se Rede Globo) poderão aumentar sua influência ao "puxar" os canais do cabo ao VHF (que é a freqüência de canais que vai do 2 ao 13, e que qualquer anteninha fuleira pega). O que signfica: em vez de pluraridade, unicidade de discursos.

Coisa que me preocupa. Assim como a implantação da nova rede pública/estatal de tv. Eu não vou falar muito disso porque esse assunto ainda vai gerar meio que polêmicas demais ainda. Só sei que, pelo o que entendi, com o advento da tv digital, teremos uma conversa para visalzar as afinidades entre os diversos tipos de emissoras - universitárias, educativas, comunitárias, etc.

(Observação: eu ainda não compreendo como um canal universitário pode passar apenas na TV a cabo. Eu, que ajudava na produção de um programa da TV UFMG, não podia assisti-lo, porque a TV UFMG é a cabo. Nem sequer UHF.)

No mais, teremos dez anos para a mplantação da TV digital. Mas, ao que me parece, vai ser como aconteceu na troca da TV P/B para a em cores. Muda a qualidade, mas o programa é o mesmo. De que me adianta ter uma HDTV se domingo eu ainda vou ter que me contentar vendo Faustão?

*A pergunta que não quer calar: serão abertos quatro canais ou vai abrir um canal de quatro?

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