Bom, pra não dizer que sou um crítico solitário das posturas que Aécio Neves toma para com a mídia, publico aqui um texto do meu colega Vinícius, estudante como eu. Não, minha indignação não é solitária e muito menos sem fundamento.
Choque de perfeição
Erga as mãos pro céu e agradeça. Você vive em Minas Gerais, a filial do Paraíso na Terra. O único estado onde o déficit é zero, a saúde é acessível em todos os lugares, onde as crianças entram mais cedo na escola, os alunos do ensino médio recebem livros e os jornais não falam mal do governo. Os jornais, as rádios e as televisões, porque Minas não tem defeitos, pelo contrário, Minas avança.
Não é brincadeira. O governador afirmou em sabatina promovida pela Folha de São Paulo que a imprensa local não questiona sua administração porque "o que falta em Minas é escândalo para alimentar esse tipo de jornalismo". O olho do furacão da crise política dos últimos meses foi na terra do pão-de-queijo. Marcos Valério é mineiro, dono de duas agências de publicidade que tinham contratos com o governo do estado. Mas é lógico que ele fez falcatruas apenas com o pessoal de Brasília.
Tudo bem, não existem escândalos de corrupção. E a administração? A principal realização de Aécio foi dar um choque de gestão no governo, reduzindo e direcionando os gastos. Para isso, diminuiu o próprio salário e de seus secretários. O dinheiro restante serviu para investir na educação, na saúde e nas regiões pobres do estado. Para conferir o resultado, basta visitar escolas da rede estadual de ensino, ou marcar uma consulta nos hospitais regionais. Coisa de dar inveja a país nórdico.
Além disso, as realizações do governo são bem divulgadas, permitindo que toda a população tome conhecimento das benfeitorias. Com tanta perfeição, a mídia mineira se vê obrigada a exaltar as qualidades do governador. Tão perfeito quanto Jesus, tão bem intencionado quanto Gandhi, com a diferença que esses dois não tinham uma boa assessoria de comunicação, deu no que deu.
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