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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Limpem os ouvidos e lavem as orelhas. Telecatch no ar.

Cheguei há pouco do Forumdoc.bh. Evento bacana que há 13 anos reúne filmes voltados para a temática antropológica e documental. Bacana, mesmo.

Mas mais bacana ainda foram dois filmes que eu vi. Um deles fala da importância do diagnóstico de surdez nas crianças até 5 anos, para que esse quadro patológico possa ser revertido. Chama-se "Les Enfants Du Silence" (As crianças do silêncio, em tradução livre) e é bem tocante. Eu não havia, até então, me atentado para a importância da audição para a percepção de mundo por parte de uma criança. E foi bem interessante a forma como Michel Brault coloca isso na película. É um filme em P&B, datado de 1961.

O outro é mais cômico, explorando um pouco a mistura de humor, sarcasmo e ironia. Quem aqui se lembra de Campeões do Ringue, programa que passava nas manhãs de domingo na Rede Record?

Era divertido, não? Campeões do Ringue era uma herança do famoso Telecatch:

programa de televisão criado na extinta TV Excelsior do Rio Canal 2, dedicado à exibição de combates de luta livre que combinavam encenação teatral, combate e circo. Durante a década de 1960 alcançou o auge do sucesso, com a presença do herói Ted Boy Marino.Inicialmente chamado Telecatch Vulcan (TV Excelsior - 1964 a 1966), devido ao patrocinador, posteriormente passou a ser denominado Telecatch Montila (TV Globo - 1967 a 1969) e finalmente como Os Reis do Ringue (TV Record) nos anos setenta.

Brigas forjadas que eu sinceramente achava verdadeiras. Com oito ou nove anos de idade, tem-se a tendência de se acreditar em tudo - inclusive, no acidente de avião que matou a turma do Chaves... Mas faz parte da brincadeira. "La Lutte" (1961), também de M. Brault, mostra um pouco desse universo do Wrestling no Canadá. É divertido, em altas partes eu ria e me lembrava das palhaçadas das manhãs de domingo.

Dois filmes curtos (média de 25') que me chamaram a atenção para uma coisa: são simples na linguagem, diretos e efetivos. O cinema me surpreende tem hora...

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