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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Graham Chapman Day (atrasado, mas ainda vale)

Se estivesse vivo, Graham Chapman faria 72 anos ontem, 8 de janeiro de 2013. Se você se pergunta quem é esse cara, digo-lhe que ele faz parte de uma trupe de humor nonsense que mudou o meu (non)senso de humor.

Eu já ouvia falar de Monty Python desde o segundo semestre de 2006, mas nunca tinha assistido nada. Amigos meus sempre comentavam, falavam bem, mas nunca tinha me dado um clique para saber do que se tratava. Em fevereiro de 2007, o falecido Centro de Cultura de Belo Horizonte, no Centro - hoje, Centro de Referência da Moda -, fez uma exibição de vários filmes de Monty Python. Curió como um pretenso jornalista que eu era (ainda cursava a graduação, indo para o quarto período), fui assistir a "Em Busca do Cálice Sagrado", sem muita expectativa - era mais a curiosidade pelo o que os outros falavam em relação ao grupo que me motivava me deslocar da Pampulha, do campus da UFMG, para o Centro.

Digo que não me arrependo.

Foi um dos melhores filmes que já vi na minha vida. Ria feito um bobo, um besta, um bocó, por todas as piadas nonsenses que lá apareciam e por todas as críticas à sociedade, reveladas com um inteligentíssimo bom humor. E, ao ver o filme, relacionei as piadas às brincadeiras e zuações que meus amigos e eu já fazíamos, à época de Colégio. Sim, a gente era Monty Python sem saber o que isso era. Principalmente pelo humor tosco, nonsense, viajado, pelas ideias desconexas que acabavam tendo sentido e pelas ideias com sentido que acabavam sendo desconexas.

Não digo que o sexteto britânico "mudou a minha vida", como um tanto de gente diz. Mudar, acho que não. Mas que me revelou um mundo além de A Praça É Nossa e Zorra Total, ah, isso com certeza. Eu já me via cansado desses programas humorísticos, mas não conhecia muita coisa além - eu não tinha, ainda, a delícia da banda larga em casa; por meio dela, saí fuçando os esquetes de Monty Python, e saí rindo feito besta. É muito simples e muito profundo o que eles fazem. Nada deles é rasteiro e simples.



Graham Chapman era um dos caras que compunham a trupe. No filme "Em Busca do Cálice Sagrado", é ele quem executa o papel do Rei Arthur, "filho de Uther Pendragon do Castelo de Camelot. Rei dos Bretões, vencedor dos Saxões, soberano sobre toda a Inglaterra". Se não tivesse falecido por complicações decorrentes de um câncer, Chapman estaria ainda com Clesse, Palin, Gilliam, Jones e Idle, o resto da turma.

Chapman é o único Monty Python que está morto. Mas não o Rei Arthur. Não os seus papeis nos outros filmes - que, estranhamente, não me marcaram tanto quanto o Cálice Sagrado; não que fossem menos importantes, nem que fossem mais ruins, muito pelo contrário! A Vida de Brian e O Sentido da Vida fazem críticas tão contundentes e violentamente insanas quanto o Cálice Sagrado, mas... sei lá, acho que o típico de crítica feito no Cálice - na verdade, a quem se dirige a crítica - é que me fez preferi-lo.

Para quem interessar, eis o filme completo:

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