Na terça-feira. O Coletivo Ousadia (Diretórios Acadêmicos que estão em oposição ao Diretório Central dos Estudantes - DCE) começa a invasão e a tomada do Bandejão. A proposta de dar o pulão (pular as catracas e não pagar), segundo o Coletivo, visava a ocupação de um espaço público.
Quarta-feira. As invasões continuam. Mais pessoas ficam sabendo do pulão e aderem ao movimento pura e simplesmente porque vão comer de graça. E assim vai. E a Reitoria entra na justiça.
Quinta, idem. A Reitoria solta uma nota: se não parar o pulão, bandejão fecha. E detalhe: a Heloísa Starling, vice-reitora, quis uma comissão para conversar com ela. O Coletivo (que possui representantes do PSTU e do Partido Comunista Revolucionário - PCR) diz que não. Havia 50 pessoas na tarde de quinta na porta da reitoria. O Coletivo disse: se não subirem as 50, não sobe ninguém. Resultado:
Sexta-feira. O pulão continua. E o que acontece? O Bandejão é fechado depois do almoço. E fica assim até hoje, segunda-feira. (Leia aqui: Setorial II [Bandejão] e Ocre estão fechados.)
Eu não sei ainda se o bandejão vai abrir nesta terça, sinceramente. Se alguém souber, me comunique. E tem mais: vamos acompanhando essa situação de perto, sem deixar que nem DCE nem Ousadia a carreguem nas costas. E boa noite.
Esses são os fatos de hoje:
São 23h agora, mas escrevo os fatos que ocorreram de 17h10 às 18h.
Em comum acordo, DCE (que deu a cara a tapa dessa vez, ouviu xingamento calado e o escambau a quatro) e o Coletivo Ousadia (não lá muito santo, mas...) decidiram o seguinte: enviar uma proposta de trégua para a Heloísa, pedindo que haja a abertura do Bandejão. Os alunos decidiram que pedirão à reitoria que uma comissão por esta ordenada veja se realmente é ou não possível a redução de preço do RU. Detalhe: os alunos já têm esses cálculos em mãos.
Esse prazo é o mesmo da trégua: até quarta-feira, 15h. Se até essa data isso não acontecer, os protestos voltarão. Para uma conversa inicial, os estudantes propõem que se diminua o preço do Bandejão de 2,50 para 1,50 e, no caso dos carentes, de 0,75 para 0,50.
17h10: A reunão acabou, e neste momento os alunos da comissão mostram a proposta da Heloísa: a UFMG reabre o bandejão e retira a ação contra os DAs que promoveram o pulão se os DAs assinarem um termo de compromisso com a reitoria. Eis a discórdia: enquanto uns apóiam a decisão, que pode ser o início para uma conversa que se relaciona a outros assuntos, outros afirmam que estão desconfiados da reitoria cumprir o acordo. Enfim, amanhã tem assembléia na porta do Bandejão para divulgar o que foi decidido. A princípio, às 11h.
São 16h10. A reunião da comissão continua. Ainda há por volta de 50 estudantes na porta da reitoria, esperando a saída dos estudantes. A pauta de reivindicação está em dicussão com o reitor. Eles fizeram uma fogueira (será que é pra esquentar a fria recepção que houve no prédio?)
São 15h10. a movimentação diminuiu consideravelmente. Não há mais indícios de chuva para agora. Há 50 estudantes lá embaixo, sendo que 17, representando os DAs envolvidos e o DCE estão em audiência com o reitor Ronaldo Pena e a vice-reitora Heloísa Starling. Essa audiência acontece no gabinete do reitor. Na pauta de reivindicações estão:
1. reabertura imediata do bandejão;
2. redução do preço;
3. ampliação dos salões (como outrora prometido pela FUMP);
4. retirada da multa aos DAs envolvidos de R$ 8 mil [desculpas, eu havia dito 11 mil] por causa do "pulão".
São 14h10: Os manifestantes gritam algo parecido como "Heloísa, me dá seu caviar!". É discutida a proposta de se montar uma comissão para conversar com o reitor. Um dos manifestantes grita: comissão é o c#a7r&al*h%o! (Daí se vê que diálogo o povo defende.) Heloísa aparece na janela. Os estudantes gritam: Desce, Heloísa! Desce, Heloísa! E quem disse que a Heloísa vai descer?
São 13h10. O clima é bem tenso. Há por volta de 150 pessoas (não sei ao certo) na porta da reitoria. A segurança universitária foi mobilizada para resguardar o saguão e não deixar nenhum manifestante entrar. Aos berros, os estudantes reclamam de fome.
Quinze pra uma. Os manifestantes chegam à reitoria. Um carro de som dá a tônica do movimento. O de sempre.
Meio-dia e meia. O DCE promove uma assembléia de "conciliação" da situação. Detalhe: simultaneamente, em um lugar totalmente diferente, o Coletivo Ousadia promove UMA MESMA ASSEMBLÉIA para discutir OS MESMOS PROBLEMAS! (Desunião pouca é bobagem. Nessa hora, eu dei o berro: se for pra gente deixar pra mão de DCE, Coletivo e o escambau, a gente vai viver ao Deus dará.)
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Mais do que reclamação, mais do que engajamento estudantil, isso é disputa política.
Mais detalhes, pouco a pouco. Isso ainda vai dar caractere para este post. E outros.
3 comentários:
Bem verdade.
Eu estava lá hoje. Não tenho acompanhado a movimentação há muito tempo, afinal, nem calouro eu sou direito ainda. Vi a batalha que é, o racha dentro do próprio Movimento. Engraçado... mas é muito legal ver os estudantes reunidos de verdade pra serem ouvidos, apesar de todos os pesares.
Somos privilegiados de contar com uma estrutura universitária da UFMG, mas estamos bem aquém do que deveriamos estar. Sei que a situação no campus é diferente daquela verifcada na Vetusta Faculdade de Direito da mesma universidade, principalmente no que se refere a situação financeira dos alunos. A impressão que eu tenho é que a FUMP e a Reitoria procuram resguardar apenas interesses própios, reconhecendo que talvez eu tenha uma visão distante, superficial e deturpada por estar numa unidade isolada da vida uiversitária da Federal. Continuo sonhando que um dia todos os estudantes tenham as mesmas condições de estudo e renda dadas na EG-FJP para o pleno desenvolvimento de suas atividades acadêmicas...
No mais, não deixem de protestar!
Acesso razoável a educação e alimentação é direito nosso... Cadê os R$203,95 da semestralidade?
perdoem os erros de português (propios, etc) pq escrevi rápido.
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